domingo, 12 de fevereiro de 2012

História da Grife Hermès


Seus lenços são estampados com cavalos, escudos reais e índios. Suas bolsas e acessórios são escandalosamente laranjas em formatos estranhos. Seriam cafonas se não fossem assinadas pelo bom gosto da marca francesa HERMÈS (se pronuncia “êrmés”), sinônimo mundial de sofisticação em artigos de luxo com suas peças elegantes. A marca se especializou em vender sonhos, em traduzir, através de seus produtos, sua filosofia de trabalho e sua forma de enxergar o mundo, como confirma a frase “os melhores presentes vem em uma caixa laranja”. A marca francesa representa o que há de melhor (e mais caro) no mundo do luxo.
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A história
A tradicional e sofisticada marca francesa HERMÈS, que ficou conhecida mundialmente pela cor laranja, começou sua história em 1837 quando um seleiro, Thierry Hermès, abriu uma oficina em Paris onde vendia acessórios em couro como baús para carruagens, selas, rédias, estribos, cintos com porta-moeda, botas e luvas (tanto longas como curtas). A oficina, localizada na parte de Paris conhecia como Grands Boulevards, onde na época soavam os cascos dos cavalos, foi chamada inicialmente de Caléche, que depois daria nome a um dos mais conhecidos perfumes da grife. Em 1880 foi instalada uma sofisticada loja no número 25 da rue Faubourg Saint-Honoré, época em que o filho de Thierry tomou conta dos negócios e passou a vender selas de cavalos para a aristocracia. Com o advento do automóvel, a marca se reinventou. A técnica do pesponto no couro foi adaptada às linhas de bagagens, bolsas e carteiras em 1918. Uma das novidades da década de 20 foi o lançamento, em 1923, das bolsas com zíper, uma grande novidade para época. Ainda nesta década, seu neto, Émile-Maurice, começou a desenhar roupas feitas de couro de veado. Isto culminou com o lançamento da primeira coleção feminina no ano de 1929.
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- O principal negócio da empresa era a produção artesanal de peças de couro, apesar de ter-se tornado famosa por dois produtos: lenços de seda com motivos eqüestres e a bolsa de couro em forma de trapézio chamada “Kelly”. Esta bolsa deve a Grace Kelly a fama internacional que conquistou. A bolsa de couro Grace Kelly foi criada em 1935 e tinha um formato que lembrava um trapézio e a alça curta. O nome, adotado oficialmente em 1956, foi uma homenagem da marca à princesa de Mônaco, afinal ela jamais se separava da sua bolsa HERMÈS, principalmente em suas freqüentes aparições na cultuada revista americana Life.
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- Em 1940, quando a Segunda Guerra Mundial fez praticamente sumir o estoque da embalagem de cor bege utilizada pela grife, precisou ser trocada pela única cor disponível: laranja. Era o início do surgimento de um símbolo da marca. Rapidamente, ter um produto embalado numa caixa laranja, sua cor oficial, passou a ser objeto de desejo de ricos e famosos. Quando Émile-Maurice morreu em 1951, seu genro Robert Dumas assumiu o comando da marca. Ele foi o responsável pela introdução das gravatas, malas de viagens, toalhas de praia e perfumes da marca no mercado. A tradição de criar objetos para a casa vem desde a origem da marca. No início, eram produzidas apenas pequenas peças como cinzeiros e toalhas. Em 1974, surgiu o departamento Maison, na loja de Faubourg, em Paris, com a venda dos primeiros conjuntos de toalhas impressas, conhecidas como Léopards. Atualmente, o departamento de lifestyle do grupo desenvolve coleções de mobiliário para escritório, mesa e tapeçarias. Nos anos 80, a marca francesa conquistou um ar despretensioso, sem jamais perder o glamour. Depois de uma passagem gloriosa do designer belga Martin Margiela, a HERMÈS contratou em 2003 o renomado Jean-Paul Gaultier para assumir o posto de estilista da grife. Gaultier, que ficou sete anos no comando criativo da marca, foi substituído em 2011 por Christophe Lemaire, que assumiu a divisão de prêt-à-porter.
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- A chave do sucesso da grife francesa sempre foi à elegância e a sobriedade em suas coleções. HERMÈS não é uma marca que segue qualquer estilo. Na verdade, dita tendências, faz estilo. Sua união entre tradição e inovação, entre tecnologia e talento, é o segredo que confere tamanho frescor a uma marca nascida no século 18, que enlouquece as mulheres sofisticadas ao redor do planeta com suas famosas bolsas e echarpes. A demora em conseguir os itens mais celebrados da marca, como a Kelly, uma tradicional bolsa executiva, e a Birkin, feita especialmente para Jane Birkin (que é co-autora da bolsa), gerou uma das maiores lendas envolvendo a HERMÈS: a fila de espera. Atualmente a sexta geração da família ainda está no comando da empresa, representada por Pascale Mussard, que ocupa o cargo de diretora internacional.
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