domingo, 12 de fevereiro de 2012

História da Grife Donna Karan

   Por que será que, em meio a tantos novos estilistas, Donna Karan continua sendo a queridinha de nove entre dez mulheres? A resposta parece ser simples: ela apostou nas mulheres comuns - nem tão altas nem tão magras como gostariam de ser, mas que querem ser elegantes sem ter um corpo de modelo. Com um olho nas ruas e outro nas mulheres comuns, tornou-se a primeira estilista americana a influenciar o mundo com sua moda criativa e inovadora, com seu estilo urbano, sofisticado e acessível. Quem abrir o guarda-roupa de qualquer garota de razoável poder aquisitivo e muitas horas de compras em Nova York vai encontrar, com certeza, ao menos uma camiseta com as duas iniciais que fazem hoje o sonho de consumo de milhares de mulheres pelo mundo afora: DK.
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A história
O destino de Donna Karan estava mesmo ligado à moda. Filha de um dono de armarinho e de uma modelo e representante de vendas de uma confecção, essa nova-iorquina nascida no tradicional bairro de Queens como Donna Ivy Faske, em 2 de outubro de 1948, teve sua primeira experiência profissional ainda no colégio, durante as férias de verão, ao trabalhar com a estilista Liz Claiborne. Mais tarde, freqüentou a Parsons School of Design, de Nova York, e logo nas férias do segundo ano foi contratada para desenhar para Anne Klein, famosa estilista de roupas esportivas para jovens mulheres, que foi a primeira a combinar vestidos e casaquinhos, vestidos de cintura justa com blazers e jaquetas de aviador.
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Já formada passou um ano no ateliê antes de ir trabalhar para a Addenda, uma indústria de confecção. Em 1968, voltou para o ateliê de Klein e, após a morte de Anne, em 1974, ela e Louis Dell'Olio se tornaram co-estilistas da empresa para terminar uma coleção incompleta. Juntos, os dois deram nova vida às roupas da empresa, transformando modelos originais de sportswear em peças extremamente atuais, em sua modelagem simples e com preços acessíveis. Depois de 15 anos na Anne Klein, Donna sentiu o impulso de ter sua própria grife ao perceber sua dificuldade (e a de outras mulheres) para encontrar o que realmente precisava no guarda-roupa. “A idéia veio quando tentava limpar meu closet do excesso. Precisava tornar fácil a escolha de roupas pela manhã. Então, resolvi meu problema com o mínimo de peças coordenáveis de diversas maneiras”, costuma contar Donna Karan.
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Junto com seu segundo marido, o escultor Stephan Weiss, montou um império que a colocou no mesmo patamar de importância de outros consagrados estilistas americanos, como Ralph Lauren e Calvin Klein. Em sua primeira coleção, introduzida em 1985, colocou na passarela uma mulher quase minimalista aos olhos da época, vestindo jérsei e crepe de lã, com botas pesadas e jóias assinadas por Robert Lee Morris. De olho nas ruas e nas mulheres comuns, que buscam a elegância, mas não têm tempo de sobra nem corpo de modelo, apostou na fórmula simples de valorizar os pontos positivos da silhueta feminina e disfarçar os eventuais defeitos.
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Ao se livrar dos excessos típicos dos anos 80 e direcionar sua produção para as mulheres comuns, Donna Karan descobriu o segredo do sucesso. Como não poderia deixar de ser, a fórmula de valorizar os pontos positivos da silhueta feminina e disfarçar os negativos deu certo e ela acabou estourando com um bodysuit preto (mais conhecido no Brasil somente como “body”), inicialmente com botões, para ser usado com calça, com saia, por baixo de casacos ou sozinho mesmo. Era modelado segundo os princípios das peças capazes de firmar o corpo e corrigir as imperfeições. Revolucionou o conceito da moda feminina na época ao lançar, o que, ela mesma chamava, de “Seven Easy Pieces” (sete peças de roupas fáceis), A idéia era disponibilizar um conjunto de peças coordenáveis e intercambiáveis que, combinadas, rendiam visuais incríveis em combinações diferentes e quase infinitas. Rapidamente também os sapatos DONA KARAN entraram na lista do “must have” de celebridades e muitas mulheres, se tornando uma espécie de objetos de desejo.
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-Nascida e criada em Nova Iorque a estilista acertou ao associar sua marca à cidade, fonte de inspiração e lar das mulheres urbanas e dinâmicas, motivada pelo desejo de atender o público jovem e, especialmente, sua filha Gaby, com a criação de uma segunda marca, a DKNY (iniciais de Donna Karan New York) composta por peças e acessórios mais acessíveis. A marca virou um enorme sucesso mundial com suas peças descontraídas e modernas. Em dez anos o sucesso da marca DONNA KARAN estava consolidado, abrangendo roupas femininas, masculinas, linha jovem, lingerie, sapatos, acessórios em geral e perfumes. Nos anos seguintes inaugurou suas primeiras lojas âncoras em Londres (1994) e Nova York, e expandiu sua linha de produtos com o lançamento de roupas íntimas masculinas, coleções para casa, relógios, óculos e novos perfumes que se tornaram um sucesso em vendas.- -Em 2001, a empresa Donna Karan International (DKI), que atravessava uma fase de prejuízos econômicos, apesar de vender muito, foi adquirida pelo conglomerado de marcas de luxo LVMH, que pagou aproximadamente US$ 250 milhões. Em 2002, o fotógrafo Peter Lindbergh fez as fotos de um livro-catálogo com modelos vestindo a grife em meio aos ícones da cidade, como os táxis amarelos e a estátua da liberdade. Nos últimos anos, várias lojas foram inauguradas, especialmente em países do continente asiático, como China e Índia, e as marcas DONNA KARAN e DKNY licenciadas para outras categorias de produtos.
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